Como consultora de imóveis com mais de 14 anos de experiência no mercado goiano, tenho acompanhado de perto as transformações do setor imobiliário em Goiânia. O ano de 2024 tem se mostrado particularmente interessante, com nossa capital se destacando como a cidade brasileira com maior valorização imobiliária nos últimos 12 meses. Este fenômeno merece uma análise mais aprofundada, e é isso que pretendo fazer neste comentário.

Primeiramente, é importante contextualizar o crescimento que estamos vivenciando. Goiânia não é apenas a capital do estado de Goiás, mas também se consolida cada vez mais como a capital do agronegócio no Brasil. Esta posição estratégica tem atraído investidores e moradores de diversas partes do país, impulsionando nossa economia local e, consequentemente, nosso mercado imobiliário.

Os números falam por si. Entre 2010 e 2022, nossa população cresceu 10,4%, chegando a 1.437.237 habitantes, segundo o IBGE. Mas não é apenas o aumento populacional que chama a atenção. O que realmente impressiona é a mudança no perfil habitacional dos goianienses.

Observamos um aumento de 62% na proporção de pessoas que optam por morar em apartamentos. Embora 70% dos moradores ainda prefiram casas, já temos quase um quarto da população vivendo em edifícios.

Esta mudança de comportamento reflete diretamente no volume de vendas de imóveis. No primeiro trimestre de 2024, alcançamos a impressionante marca de R$ 1,3 bilhão em vendas, um aumento de 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para se ter uma ideia da dimensão deste mercado, em 2023, o volume total de vendas chegou a R$ 6 bilhões.

Um dos aspectos mais notáveis deste boom imobiliário é o crescimento do segmento de luxo. Grandes incorporadoras estão apostando em empreendimentos de alto padrão, com apartamentos sendo vendidos por dezenas de milhões de reais. Um exemplo é o City House, um projeto que oferece unidades de 230m² a 320m², com preços variando de R$ 2,8 milhões a R$ 4,6 milhões.

Mas o que está impulsionando esta valorização? Além do crescimento populacional e da mudança de perfil dos compradores, temos fatores econômicos e regulatórios importantes. A aprovação do novo Plano Diretor em 2022 reduziu o potencial construtivo dos terrenos, o que naturalmente eleva o valor dos imóveis. Além disso, o aumento no custo de materiais e mão de obra também contribui para a elevação dos preços.

É interessante notar como os diferentes bairros de Goiânia estão se valorizando. O Setor Marista lidera o ranking com o metro quadrado mais caro da cidade, atingindo R$ 10.170. Em seguida, temos o Jardim Goiás (R$ 9.151/m²) e o Setor Bueno (R$ 8.904/m²). Estes números refletem não apenas a localização privilegiada destes bairros, mas também a qualidade dos empreendimentos que estão sendo lançados nestas regiões.

Um aspecto que não podemos ignorar é o papel do agronegócio neste cenário. Goiânia tem se tornado uma base importante para famílias que vivem do agronegócio, mas buscam uma infraestrutura urbana de qualidade. Estas famílias procuram imóveis que ofereçam conforto, segurança e proximidade com os melhores serviços da cidade, como hospitais, centros comerciais e universidades.

Outro ponto que merece destaque é a crescente demanda por imóveis que aliem luxo e sustentabilidade. Os compradores, especialmente no segmento de alto padrão, estão cada vez mais exigentes, buscando não apenas espaços amplos e bem localizados, mas também projetos que incorporem tecnologias sustentáveis e responsabilidade socioambiental.

Apesar do crescimento expressivo, é importante mencionar que Goiânia ainda ocupa a 19ª posição no ranking de cidades brasileiras com o metro quadrado mais caro. Estamos atrás de municípios como Osasco (SP), São José (SC) e Vila Velha (ES). Isso sugere que ainda há espaço para valorização em nosso mercado.

As perspectivas para o futuro são animadoras. Especialistas do setor preveem que o preço médio dos imóveis lançados nos bairros nobres da capital (como Bueno, Marista, Oeste e Jardim Goiás) pode rapidamente ultrapassar R$ 11 mil por metro quadrado. Alguns empreendimentos localizados próximos a parques e praças podem até mesmo superar a marca de R$ 18 mil por metro quadrado.

É importante ressaltar que, mesmo com esta valorização, Goiânia ainda oferece oportunidades interessantes quando comparada a outras grandes capitais. Por exemplo, o preço médio no Itaim Bibi, bairro mais caro de São Paulo, é de R$ 17.354 por metro quadrado, enquanto no Leblon, no Rio de Janeiro, chega a R$ 23.145.

Como consultora imobiliária, vejo este cenário com otimismo, mas também com cautela. É fundamental que o crescimento do mercado seja acompanhado por um desenvolvimento urbano planejado e sustentável. A infraestrutura da cidade precisa acompanhar este boom imobiliário, garantindo qualidade de vida para todos os moradores.

Além disso, é essencial que o mercado continue oferecendo opções para diferentes perfis de compradores. Enquanto os imóveis de luxo ganham destaque, não podemos esquecer da importância de projetos que atendam à classe média e aos programas de habitação popular.

Por fim, gostaria de ressaltar que este momento de aquecimento do mercado imobiliário em Goiânia representa uma excelente oportunidade tanto para investidores quanto para quem busca realizar o sonho da casa própria. No entanto, é fundamental contar com a orientação de profissionais experientes para fazer a melhor escolha.

Como consultora com mais de 14 anos de atuação nas melhores imobiliárias do mercado goiano, estou à disposição para auxiliar em todas as etapas do processo de compra, venda ou locação de imóveis. O mercado está aquecido, mas cada decisão deve ser tomada com base em análises cuidadosas e no profundo conhecimento das particularidades de cada região da cidade.

Goiânia está vivendo um momento único em seu mercado imobiliário. Com planejamento, responsabilidade e visão de futuro, podemos aproveitar este crescimento para construir uma cidade ainda melhor para se viver e investir.

Corretora de imóveis em Goiânia, com mais de 14 anos de experiência e atuação nas melhores imobiliárias do mercado goiano.